Dos sonhos que acontecem sem pedir licença, da vida
que vem em capítulos que ninguém
escreveu. Você construiu, e o outro lê.
Dariam longo capítulos...
Devaneios jogado num papel.
A Universitária
O curso tão pouco importa, se ligado a natureza ou não,
se vinculado a burocracias e papeis também não. Sabe se que a paixão existiu
ali. Veio gerando dúvidas, frustrações, inseguranças, medos. Por qualquer “vacilo” a vida mudou de rumo. Atou “nós” que viraram
discussões sem fim, era o medo bobo de não dar certo. Insegurança em assumir
uma responsabilidade: amar ao outro além dos outros. Tudo não passou de “nós” dados com interferências
de duas mentes inseguras no amanhã. Viria uma responsabilidade ali se um fruto
dessa história brotasse. Não houve, a paixão dissipou ficou a mágoa revestida
de visitas intimas ocasionais no intuito de não perder contato. Flagelação de
vidas, ligação confusa num misto de expectativa e desgaste. História inacabada.
A funcionária
Veio da forma inusitada, interesses comuns, conversar
simpáticas e beijos despretensiosos. Veio a oportunidade de sentir mais do que
saber. Com o tempo sentir virou desejos, virou continuidade mesmo que enrustida
de uma amizade despretensiosa. Pra se manter o elo, ela fez planos e projetos
foram refeitos, oportunidades expostas por uma questão de: manter contato como
fosse. Importante era ser lembrada, já que duas ou mais semanas o foco seria
outro e ausência dele não deveria ser sentida por ela. A proximidade continuou, ainda que de forma
“meio assim” sem muito porque, só encontros carnais e conversas regadas de
descontração. Rede de interesses sem fins concisos.
A ciumenta
Era o amor de infância, cresceram juntos ali, um de
frente ao outro. Ela viu toda a vida dele acontecer. Desde as brincadeiras de médico
as responsabilidade de adulto. Foram anos, mulheres, acontecimentos e viagens.
E mesmo assim, se manteve ali, de fora da grade, com olhar voltado pra dentro
da casa, espiando uma brecha, uma vínculo qualquer que mantivesse o que sentia
acesso. Com os anos,nem o corpo bonito, da pele morena atraia mais atenção
dele. Era uma insegurança que surgia e diariamente perguntava pra sí, se ele já
a esquecera. Perguntava então a ele se o sabor dela ainda existia. Ele,
mantendo mais um nó na vida, correspondia. Ainda que em sua mente só pensasse histórias corriqueiras, alimentava o seu ego e a expectativa dela. Mesmo com
todas as dúvidas a mente da jovem continuava a produzir histórias, medos,
receios e até orientações diferentes e questionamentos a fé. Ora! Se ele não a
via mais como amiga nem mulher, que enxergasse como distração e diferença entre
todas as outras. Um “nó” do avesso sem ponto final.
A paixão
Ela era morena, cabelos longos e tinha toda vida pela
frente. O conheceu e apaixonou-se, entregou a ele sonhos, desejos e segredos dos mais secretos.
Com tantas histórias passando diante deles se
afastaram. Houve saudade, tristeza, conversas de dias e uma incoerência entre o
que sentiam e que o que de fato acontecia. Ele então contou a ela, o que uma
vidente disse sobre a sua vida. “Nó” que amenizou a dor do tempo, das queixas e
dos sonhos.
A mulher do passado
Encontrou depois de anos, um homem formado. Aquela cara
de menino franzino não fazia mais parte do visual, e talvez nem tanto das
atitudes. Foi dali que nasceu o desejo. Vidas que se encontraram com o desejo a
flor da pele. Encontro marcado pelo compromisso de viver uma vida a três.
Responsabilidade precoce, cobranças despretensiosas e sufocantes. Escolhas
feitas, tentativas inúmeras e uma certeza: o que existia ali era só o desejo e
promessas de um homem que não sabia dizer não para os desejos. E uma mulher que
nutria uma história acreditando no sim de todas as noites quentes. Existia ali,
a força pra uma vínculo pra vida inteira, existia ali desacordos que parecem
existir pra uma vida inteira. As falhas do passado desconstruiu uma aproximação.
Hoje o elo permanece por não serem dois, e sim três.
A viajante
Ela conheceu despretensiosamente. Foi ele quem mudou o
ritmo da história propondo um algo além, talvez um: sentir no lugar de saber o
porque. E ela, resolver tentar. Seriam poucos dias e dali um tempo se
esqueceriam. Ela foi vivendo um dia de cada vez, sem a pretensão de “ter que
dar certo”. A aproximação era mútua, com histórias, trocas, risadas madrugada a
dentro. Ele dizia entender toda a trajetória de vida dela, e acreditava em todo
amor que ele sente pelo mundo. E ela ouvia todas as aventuras dele com os olhos
brilhantes de entusiasmo. Não houve
adeus pra tudo isso, apenas um até logo.
Em assuntos divinos, perguntaram a ela porque não
contar a ele, de fato tudo que se
passou, assumir então um vontade de ser mais que alguns dias. Ela com um “nó”
na garganta, respondeu já em lágrimas, que tinha medo. Medo da distância. Medo
de sentir que todas as imaturidades virariam brigas, e que a insegurança seja uma
constante, já que ele mantém vários “nós”. Ao contrario dela, que a cada “nó”
ela fez laços. Enfeitou seu passado e resolveu suas pendências. Os laços de
amizade existem naturalmente, sem apertar, sem choro, sem medo de um até breve,
que ano após ano ganham novas cores e
não dessabores. Aconselharam-na decidir sobre o que fazer. Ela até tentou
contar ele todas as descobertas de sí, e sobre um “eles” que existiu, quem sabe
fosse correspondida. Ele não teve tempo, ela então calou. Pegou toda história e
guardou pra si, pegou o projeto de esperar mais um ano para revê-lo e
reavaliou. Serão anos de amizade, talvez uma vida inteira sem ele saber a
verdade. Se é que de fato, ele não sabe.
Das origens, da terra.
Interesses comuns, munidos de história encantadoras. A
história vem sendo construída com quebras se não houvesse tantos “nós”
distribuídos por aí. Vem no misto de amizade. Talvez ele encontro serenidade na
vida pensando nela. Talvez ela aprende a rir das coisas sérias com ele. Novas
histórias munidas de “nós” ou de nós. Vai saber. O tempo dirá...
(Aquele capítulo chamando: Veio por sonhos que ninguém
acredita)