domingo, setembro 18, 2011

A mala sem “alça”



Lembrei  finalmente contar o dia em que a mala sumiu.  Viajar tem o lado bom de rever pessoas, programar passeios ou simplesmente curtir a família.
Ir pra Minas é umas férias com gosto de quero mais pelos amigos e boas companhias, e um gostinho de quero isso somente a passeio. Tá certo eu acabei flertando de mais com Londrina, me envolvendo, apaixonando até que a desilusão chegue. Tenho pra mim que essa parte não chega nem com todas as desventuras que já vivi por aqui.
Foram quase 10 dias de ir atrás de documentos, mandar currículos, bate papo chamego com meus pais. Adorei rever os publicitários de 2009, fazer uma aula de Jazz muito boa e encontrar os ex-alunos do Sesi. Aliás, depois de quase 10 anos de formados e alguns depois de uns 15 anos sem contato, uma certeza eu tenho: Fomos felizes na infância. Afinal plantar cenoura, pentelhar o coleguinha, olímpiadas, paixãozinhas de criança, apresentações de dança de tudo um pouco aconteceu.  Foram dias de encontros e despedidas (né Angel?) válido, faria sempre se pudesse, tipo a cada três meses. Passo muito tempo sem ir a Minas claro, ainda existe uma grande parte de mim que loucamente Mineira.


 Ex Sesi CAACR














Publiciários - J. Andrade - MG



 Izabella brant - Menina do Céu.

Despedida do casal que tanto gosto













Voltando a “pequena Londres” chego de viagem à tarde, cansada, amassada. Sim, cansada. Ilusão achar por avião ser mais rápido não cansa. Lógico melhor que as quase 21 horas dentro de um ônibus “pinga-pinga”, mas de Londrina a Minas (vice e versa) tem conexões que demoram que particularmente me deixam lerda.  No aeroporto de Londrina aguardo a tão pesada mala (quando volto de Minas tenho a sensação que carrego mais coisas do que precisava e venho trazendo menos coisas do que realmente queria tipo; queijos e doces).  Cadê? Aguardo. Passam- se malas rosa, de bolinhas, as convencionais pretas e umas meio “safari” (leia se zebrinhas e oncinhas) e nada da minha. Ops! Minha não voltei com tanta coisa que tive que solicitar a do meu irmão que é maior e teoricamente mais confortável de carregar. Tá aí uma coisa que não entendo mala mesmo de rodinhas é desconfortável, acredito que o meu tamanho não colabore muito também pra tais eventos.
 Voltando ao assunto, ela não estava lá. Fui ate a empresa que embarquei e não tinha notícia de onde ela estava. Pronto, coração gelou quanta coisa minha de valor emocional veio ali dentro?! Fora as de valor “nutricional”, afinal meus doces vieram na mala. Medidas cabíveis foram tomadas como abrir o tal do RIB (uma coisa tipo reclamação de irregularidade de bagagens ou coisa do tipo, já me esqueci) o meu maior medo era ficar sem tudo ali, afinal, conheço histórias de pessoas que nunca mais viram seus pertences (né Sophia?).
Como se não bastasse à preocupação de não darem notícia nem se ela estava em SP, lembrei que às 6h da manhã quando saia da casa dos meus pais, na pressa quase esquecendo para trás, enfiei a chave da casa na mala que ia ser despachada ao invés de colocar na bolsa. Resumo: Sem mala sem chave e sem como entrar em casa. Graças a Deus que minha irmã mora em Londrina e pude abusar da boa vontade de passar o restante do dia na casa dela.
Passei o resto do dia pensando nas coisas que estavam perdidas por aí, se alguém tinha achado se iam devolver como entrar em casa se no dia seguinte tinha entrevistas pra fazer. Nada da empresa dar notícias... Trabalhos da faculdade para desenvolver já que retornei de MG com um dia de folga para apresentar o trabalho para a Papel de papel. Pensa num dia confuso? Pensa em várias coisas que precisava acertar antes de ir p faculdade. E que retornei antes da data do trabalho justamente p dar um toc final e apresentar. Sorte a minha que o pessoal do grupo ajudou muito e optamos por um “plano” B.
Por fim depois de reclamar no Twitter. AH! Claro sou comunicóloga tinha que “xingar muito no Twitter” . Engana-se quem acredita que tais coisas não deem resultados. Deu! A empresa prontamente resolveu meu problema depois de algumas Hastags disseminadas. E um viva ao poder da comunicação \o/. Localizaram a mala informaram que ela estava viva, respirando, com o coração de roupas batendo. Quando me ligaram pra contar a felicidade era tanta que quase desliguei o telefone sem entender como ela chegaria até a casa da minha irmã. Tenho certeza que o atendente deu boas risadas com a minha reação.
Não posso deixar de comentar que duas das pessoas mais felizes por minha mala ser encontrada foram  minha irmã por trazer mais um pouco das diversas  bagagens que ela deixou em Minas e meu cunhado. Mamãe fez geleia de pimenta que ele simplesmente ama. Se pudesse tomaria bons litros dela de canudinho. Mala encontrada, felicidade de todos. Eu posso contar que perdi uma mala e que consegui resgata- lá. Vou pensar agora duas vezes antes de viajar. Tenho que adotar logo o jeito “mochileira” de ser e viajar com a menor mala possível. Pelo menos evitaria tanto fuzuê, porém eu não teria essa história enorme pra contar.

Sempre analiso o que de bom a situação teve. Estranho e real eu penso de mais. Acredito que preciso  dar valor as coisas que tenho. Parece demagogia, meio clichê até. Mas já pensou no valor sentimental que os seus pertences  “coisas” tem? O quanto ela carrega da sua história? Não sou apegada ao material em si, mas tanta coisa ali guardava um pedacinho do que já vivi. AH e lógico pensar que se eu não tivesse um pedaço da minha família aqui pra me acolher e meus amigos para compartilhar certamente teria surtado.