Lembrei finalmente contar o dia em que a mala
sumiu. Viajar tem o lado bom de rever
pessoas, programar passeios ou simplesmente curtir a família.
Ir pra Minas é umas férias com
gosto de quero mais pelos amigos e boas companhias, e um gostinho de quero isso
somente a passeio. Tá certo eu acabei flertando de mais com Londrina, me
envolvendo, apaixonando até que a desilusão chegue. Tenho pra mim que essa
parte não chega nem com todas as desventuras que já vivi por aqui.
Foram quase 10 dias de ir atrás de
documentos, mandar currículos, bate papo chamego com meus pais. Adorei rever os
publicitários de 2009, fazer uma aula de Jazz muito boa e encontrar os
ex-alunos do Sesi. Aliás, depois de quase 10 anos de formados e alguns depois
de uns 15 anos sem contato, uma certeza eu tenho: Fomos felizes na infância.
Afinal plantar cenoura, pentelhar o coleguinha, olímpiadas, paixãozinhas de
criança, apresentações de dança de tudo um pouco aconteceu. Foram dias de encontros e despedidas (né
Angel?) válido, faria sempre se pudesse, tipo a cada três meses. Passo muito
tempo sem ir a Minas claro, ainda existe uma grande parte de mim que loucamente
Mineira.
Publiciários - J. Andrade - MG
Despedida do casal que tanto gosto
Voltando a “pequena Londres”
chego de viagem à tarde, cansada, amassada. Sim, cansada. Ilusão achar por
avião ser mais rápido não cansa. Lógico melhor que as quase 21 horas dentro de
um ônibus “pinga-pinga”, mas de Londrina a Minas (vice e versa) tem conexões
que demoram que particularmente me deixam lerda. No aeroporto de Londrina aguardo a tão pesada
mala (quando volto de Minas tenho a sensação que carrego mais coisas do que
precisava e venho trazendo menos coisas do que realmente queria tipo; queijos e
doces). Cadê? Aguardo. Passam- se malas
rosa, de bolinhas, as convencionais pretas e umas meio “safari” (leia se zebrinhas
e oncinhas) e nada da minha. Ops! Minha não voltei com tanta coisa que tive que
solicitar a do meu irmão que é maior e teoricamente mais confortável de carregar.
Tá aí uma coisa que não entendo mala mesmo de rodinhas é desconfortável,
acredito que o meu tamanho não colabore muito também pra tais eventos.
Voltando ao assunto, ela não estava lá. Fui
ate a empresa que embarquei e não tinha notícia de onde ela estava. Pronto,
coração gelou quanta coisa minha de valor emocional veio ali dentro?! Fora as
de valor “nutricional”, afinal meus doces vieram na mala. Medidas cabíveis foram
tomadas como abrir o tal do RIB (uma coisa tipo reclamação de irregularidade de
bagagens ou coisa do tipo, já me esqueci) o meu maior medo era ficar sem tudo
ali, afinal, conheço histórias de pessoas que nunca mais viram seus pertences
(né Sophia?).
Como se não bastasse à
preocupação de não darem notícia nem se ela estava em SP, lembrei que às 6h da
manhã quando saia da casa dos meus pais, na pressa quase esquecendo para trás,
enfiei a chave da casa na mala que ia ser despachada ao invés de colocar na
bolsa. Resumo: Sem mala sem chave e sem como entrar em casa. Graças a Deus que
minha irmã mora em Londrina e pude abusar da boa vontade de passar o restante
do dia na casa dela.
Passei o resto do dia pensando nas
coisas que estavam perdidas por aí, se alguém tinha achado se iam devolver como
entrar em casa se no dia seguinte tinha entrevistas pra fazer. Nada da empresa
dar notícias... Trabalhos da faculdade para desenvolver já que retornei de MG com
um dia de folga para apresentar o trabalho para a Papel de papel. Pensa num dia
confuso? Pensa em várias coisas que precisava acertar antes de ir p faculdade.
E que retornei antes da data do trabalho justamente p dar um toc final e apresentar.
Sorte a minha que o pessoal do grupo ajudou muito e optamos por um “plano” B.
Por fim depois de reclamar no
Twitter. AH! Claro sou comunicóloga tinha que “xingar muito no Twitter” . Engana-se
quem acredita que tais coisas não deem resultados. Deu! A empresa prontamente
resolveu meu problema depois de algumas Hastags disseminadas. E um viva ao poder
da comunicação \o/. Localizaram a mala informaram que ela estava viva,
respirando, com o coração de roupas batendo. Quando me ligaram pra contar a
felicidade era tanta que quase desliguei o telefone sem entender como ela
chegaria até a casa da minha irmã. Tenho certeza que o atendente deu boas risadas
com a minha reação.
Não posso deixar de comentar que duas
das pessoas mais felizes por minha mala ser encontrada foram minha irmã por trazer mais um pouco das diversas
bagagens que ela deixou em Minas e meu
cunhado. Mamãe fez geleia de pimenta que ele simplesmente ama. Se pudesse
tomaria bons litros dela de canudinho. Mala encontrada, felicidade de todos. Eu
posso contar que perdi uma mala e que consegui resgata- lá. Vou pensar agora
duas vezes antes de viajar. Tenho que adotar logo o jeito “mochileira” de ser e
viajar com a menor mala possível. Pelo menos evitaria tanto fuzuê, porém eu não
teria essa história enorme pra contar.
Sempre analiso o que de bom a
situação teve. Estranho e real eu penso de mais. Acredito que preciso dar valor as coisas que tenho. Parece demagogia,
meio clichê até. Mas já pensou no valor sentimental que os seus pertences “coisas” tem? O quanto ela carrega da sua
história? Não sou apegada ao material em si, mas tanta coisa ali guardava um
pedacinho do que já vivi. AH e lógico pensar que se eu não tivesse um pedaço da
minha família aqui pra me acolher e meus amigos para compartilhar certamente teria
surtado.