Sai de casa com quase 20
anos, de lá pra cá são praticamente 15 anos. Saí pra poder ficar mais próxima
da cidade que fazia estágio na época, não passou muito tempo mudei de estado e
desde então a vida tem se mostrado desafiadora todos os dias. Talvez (leia bem, talvez) se eu tivesse
ficado no conforto da casa de meus pais até hoje trabalhando, estudando eu realmente
teria bens materiais que a maioria hoje tem. Foram muitos anos “sozinha”,
custeando a vida sozinha, pagando aluguel, remédios, consultas, locomoção, tudo
sozinha*. Hoje, olhando pra trás vejo quantas outras riquezas eu conquistei que
não são atreladas ao dinheiro nem a conquistas materiais. De todas, eu ainda me
oportunizo dançar. Crescemos dançando...E muitas com tempo deixaram a dança de lado. E
eu, bom, talvez seja a pessoa mais sem foco na vida, ou por ter uma inquietação
tão grande com o mundo vivo estudando várias coisas. Talvez seja essa inquietação que me faça não me encaixar em padrão nenhum dito como “comum”. Talvez seja essa inquietação com o
mundo que me faça estudante das Artes, das linguagens e da vida. Sigo, com a vida
progredindo, agora um pouco mais coerente com o que a sociedade quer. Mas, não por
pressão, simplesmente por que a vida acontece... Vem acontecendo.
Amanhã talvez eu mude de
ideia, e continue a estudar fazendo um curso de Direito talvez, continuando a
financeiramente gastar em estudo e continuando a não ter uma carteira. Mas, de
algo eu não posso nunca me culpar, de ter vivido e feito escolhas no passado
que me dão a liberdade de ser quem eu sou hoje. Sim! Ainda uma pessoa sem filhos, sem casamento, sem diversas coisas... E com tantas outras tão boas de viver/sentir.
Ao universo, aos próximos que estão juntos disso tudo, gratidão!