segunda-feira, outubro 28, 2019

Escolhas

Uma vez, alguém bem próximo me perguntou por que eu não conseguia ter minhas próprias coisas como minhas amigas de infância que hoje são noivas, casadas, mestrandas, com carteira, carro e casa. Aquilo no começo me doeu bastante. Ainda mais vindo de quem veio. Hoje, eu tenho um pouco mais de discernimento pra compreender que cada um faz escolhas e com elas tudo têm seu ônus e bônus.
Sai de casa com quase 20 anos, de lá pra cá são praticamente 15 anos. Saí pra poder ficar mais próxima da cidade que fazia estágio na época, não passou muito tempo mudei de estado e desde então a vida tem se mostrado desafiadora todos os dias.  Talvez (leia bem, talvez) se eu tivesse ficado no conforto da casa de meus pais até hoje trabalhando, estudando eu realmente teria bens materiais que a maioria hoje tem. Foram muitos anos “sozinha”, custeando a vida sozinha, pagando aluguel, remédios, consultas, locomoção, tudo sozinha*. Hoje, olhando pra trás vejo quantas outras riquezas eu conquistei que não são atreladas ao dinheiro nem a conquistas materiais. De todas, eu ainda me oportunizo dançar. Crescemos dançando...E muitas com tempo deixaram a dança de lado. E eu, bom, talvez seja a pessoa mais sem foco na vida, ou por ter uma inquietação tão grande com o mundo vivo estudando várias coisas.  Talvez seja essa inquietação que me faça não me encaixar em padrão nenhum dito como “comum”. Talvez seja essa inquietação com o mundo que me faça estudante das Artes, das linguagens e da vida. Sigo, com a vida progredindo, agora um pouco mais coerente com o que a sociedade quer. Mas, não por pressão, simplesmente por que a vida acontece... Vem acontecendo.
Amanhã talvez eu mude de ideia, e continue a estudar fazendo um curso de Direito talvez, continuando a financeiramente gastar em estudo e continuando a não ter uma carteira. Mas, de algo eu não posso nunca me culpar, de ter vivido e feito escolhas no passado que me dão a liberdade de ser quem eu sou hoje. Sim! Ainda uma pessoa sem filhos, sem casamento, sem diversas coisas... E com tantas outras tão boas de viver/sentir.
Ao universo, aos próximos  que estão juntos disso tudo, gratidão!

sábado, julho 06, 2019

Onde não te cabe


Por que ficar nervosa assim, quando a maioria não está nem ai para o que sente.
Decidem a vida pautada no que é melhor pra elas, e não pensam se isso favorece a você ou não.
Pare de ficar assim, a maioria, como já percebeu, gosta de joguinhos...De parecer ser algo que não são.
De fingir demência. E quando viram as costas e falam mal das pessoas.

La esta você de novo, dando importância, a quem nem se quer está preocupada com você.
Pode por favor retirar isso da cabeça e essa pessoa da mente?
Reavalie... Quem se preocupa em como você está? Quem de fato se preocupa com sua felicidade ou tristeza...
Tenha pra si que pessoas assim são passageiras e estão nessa por terem um contato social contigo.
Pense nisso. É necessário?
Você precisa ficar chateada com tão pouco?
Pq?
E se deixar passar e realmente ignorar...Você não precisa ser aceita nem neste grupo nem em outros.
Você precisa ser você com os que de fato te amam.
Pense nisso... Refilta sempre:

Me cabe aqui ou estou forçando pra ficar...E deixe ir....

quarta-feira, maio 08, 2019

Por inteiro, sem reflexo


Caminhar sozinha tem um peso na vida,
Caminhar ao seu lado um peso ainda maior.
Com tantos anos sofridos vividos, me resta a “obrigação” de ser diferente.
Ser diferente faz parte de mim, mas ter defeitos também.
Como eu queria que compreendesse isso.
Como queria que ao me conhecesse se despisse de tudo que sabe e me enxergasse como sou.
Tento todos os dias te conhecer, te entender como realmente é.
Me perco, geralmente, quando muda de ideia e opinião quando ainda estava assimilando a anterior...
Me perco, todas as vezes que você não me vê. Inviabiliza um EU, pra ver você em mim.

sexta-feira, março 02, 2018

O hoje


Quando toda sua inquietação encontra paz dentro de você mesmo...
Sensação de que é aí que mora a solução... Dos problemas que de fato não existiram.

Quando o presente é de fato mais importante, algumas coisas deixam de fazer sentido, algumas pessoas deixam de fazer sentido...

Quem é que te abraça hoje quando você precisa de rir ou de chorar?
Esses são os companheiros de alma, hoje.

Seja grato com o aprendizado dos dias bons e ruins.
Seja grato pelas pessoas no seu caminho, não são e nunca foram por acaso.

No despertar da vida, cada um tem sua função, mesmo que seja, despertar a pior sensação em você, pra que saiba que é isso que não quer pra sua vida.

Soltando as amarras com o passado, vivendo o presente.


Gosto quando sonhos me inspiram a escrever, e gosto mais ainda quando pessoas me motivam a agradecer... Gratidão!

segunda-feira, fevereiro 19, 2018

Você " tem que"



Você " tem que".
Tem que ser bem sucedida como fulana. Tem que formar e arrumar emprego. Tem que casar, tem que ter filho, tem que emagrecer. Tem que ter o cabelo liso da moda que combina com a saia que estão usando. Tem que ter likes e visualizações pra ser vista.Tem que ter preparo físico, tem que gostar de tudo pq "todo mundo gosta". Tem que dizer a gíria da moda. Tem que ser a filha que não dá problemas. Tem que fingir ser feliz o tempo todo pq ninguém tem paciência com a tristeza alheia. É drama, "mimimi". Tem que ser feliz. Tem que fingir ser feliz o tempo todo em todas as redes sociais. Você tem que gostar das músicas que são "hit". Tem que contar uma mentirinha as vezes, "todo mundo faz isso"...
Tem que desejar mal pra quem falou mal de você. Tem que ter inveja de quem segue todos padrões da sociedade,o que inclui estar na moda, ja que você não.Você tem que procurar ajuda, tem que controlar a ansiedade, o peso, a vontade de doces, a celulite, os cabelos brancos...
Daí você descobre que a sua luta interna as vezes é ser você num mundo tão diferente de você. Num lugar de pensamentos tão fechados você é a que gosta de colorir os dias e pensar em cores. Redescobre que não controla nada. Não é porque "Gratidão" é a palavra da moda. E que "ter que" não te leva a nada a não ser sentir um produto da expectativa alheia, ou ainda um produto da "moda".
A liberdade de ser somente você, deve ser realmente muito boa.

segunda-feira, fevereiro 05, 2018

Sobre o primeiro ano e todos os outros - 04 de Fevereiro

Desejei, que o dia passasse rápido.
Que os pensamentos não me lembrassem a toda hora que olhasse no relógio do trabalho, que hoje é dia quatro.
Quatro de um mês que tem feriado.
Quatro, da saudades de outros anos. Quatro, de todos os outros dias e anos que estão por vir.
Hoje, eu não dormi.
Rolei na cama de um lado pro outro tentando contar carneirinhos (como você me ensinou), tentando ouvir a respiração e o coração pra ver se distraia a cachola e o sono chegava.
E olha, alguém aí em cima entendeu! Fez descer lágrimas que corriam aqui embaixo cair daí de cima do céu.
Nesse misto de aperto no peito cheio de saudades de ficar juntinho e te falar pra “parar de me abraçar” (me sufocando as vezes) veio o desejo de deixar a vida mais leve, fazer com que ela tenha sentido, depois de tanto esforço de vocês, por mim, ou melhor, por nós.
São 12 meses...
Doze de tantos outros...
Parece que foi ontem que o celular tocou pra me dar a notícia.
Parece que foi ontem, que despedi de vocês após dias de férias “em casa”.
Foram dias e finais de semana que o melhor era ficar todo mundo aninhado em cima de vocês depois do almoço. Ver filme com todo mundo cochilando e falar sobre fotografia, câmeras, e de como “anda a vida em Londrina”.
Comentamos outro dia, neste ano, como era divertido ver mamãe “reclamando” que na noite anterior quase não dormiu porque você de pés frios (tenho a quem puxar) encaixou nos dela e mesmo sentindo calor, ela deixou.rs* Li, e revi também os cartões postais que mandou durante o namoro de vocês. 
Não tenho idealização de perfeição em relacionamentos, Pai.
Mas, se o moço, ora barbudo, ora loiro, ora negro, aí de cima deixar...
Quero algo que pareça com metadinha do que presenciei com vocês.
Ainda bem que amadureci a tempo de entender os puxões de orelha, a correção e até quando “implicava” comigo.
“Tuniquinha!” Como a maioria me chamava quando criança, e hoje, nem um terço parecida com você. Tenho muito o que aprender.
Não escrevo por remorso. O tempo foi o suficiente em vida pra dizer o quanto amo você. Escrevo, porque sou assim, desde pequena. A pequena ás vezes áspera e madura demais e ora a que amanteigava nos pensamentos e nas palavrinhas escritas.
Fazer com que as tais palavrinhas saíssem do papel, por um tempo na famosa“aborrescência”,foi complicado, né?! Ainda bem que passou.
Sempre engasguei pra falar quando sentia que estava falando tudo aquilo que vinha láááá do fundinho. Lugar esse que as vezes desconheço se fica entre os rins, ou do lado esquerdo do peito. Engasgava e em seguida corria lágrimas no cantinhos dos olhos de quem não queria chorar. E a melhor resposta que tinha nessas situações era o abraço. Ainda amo abraços.
Naquela quinta-feira, fevereiro de 2015, tentei dar o melhor dos meus abraços na mamãe. Engasguei e agradeci todo mundo á presença e despedi ali do seu corpo físico... Senti falta do seu abraço pra poder chorar.
Talvez, hoje, eu queria só isso! Um desses abraços grudados que você me dava e as vezes sem pensar, parei distribuir.
Saudades sua, eu sinto.

quarta-feira, janeiro 31, 2018

Continuando

Essa noite sonhei  e novamente histórias passaram diante dos meu olhos. Linhas escritas entre o que houve de fato e devaneios de um sonho incompleto.

Como um Dèjavú  vi você passar por tudo ‘de novo’, e de novo... Incansavelmente tudo se repetia.
Até o momento que me vi no seu lugar. As várias histórias se repetiam. As amizades que surgiam uma após a outra em troca de sentir, de vivenciar mais um pedaço de história, mais uma história de aconchego, desejos e trocas. Parece sempre como um “acaso” , mas nunca é. São idealizações traçadas com muita reflexão. Pelo menos da sua parte. A despretensão é sempre do outro lado.

Quando me vi no seu lugar, pude sentir o medo. O medo que te rodeia em “ficar sozinho”, o medo de não dar certo por detrás de toda essa aparência de “tudo bem”. Talvez seja justamente esse sentimento que nunca entendeu. Como as pessoas conseguem ficar sozinhas. Te respondo por mim. Que tenho medos e tendo amenizá-los.

 Sozinho podemos estar de fato só em casa, morando sozinho, ou andando sozinho. Ou, ainda estando perto de várias pessoas, conversando sobre várias coisas e ainda assim, sozinhos.  Há uma diferença entre solidão e solitude. Quase sempre enxerga a minha vida como solidão. E tenho meus momentos de solidão, mas muitos de solitude. Não confunda a fase atual com: sempre. Solidão, é o olhar de estar sozinho e não estar bem, sofrendo. Solitude é o oposto. É o contato consigo mesmo sem a necessidade de companhia. É estar bem com ou sem pessoas ao redor. Há um equilíbrio entre estar consigo e estar com o outro, e bem.

Talvez, esteja aí o viver cada coisa, e não aparentar cada uma delas. Esperando resposta de uma plateia que gera algumas ‘curtidas’, mas nem sempre de fato, estão preocupadas com você. Digo preocupação como forma de incentivo, de torcer por pequenas coisas.

Com os anos fui percebendo que  a sabedoria dos mais velhos existe uma razão de existir. Daquelas palavras ditas por uma senhora de cabelos brancos, são validas. Ninguém exatamente está feliz por você, sempre. Quem de fato está com você por você, comemora as coisas ínfimas, e não grandes conquistas. Comemora a “sorte” que teve no dia de não pegar aquela chuva. Comemora também e da risadas daquela chuva que pegou e se divertiu. Comemora o animal novo de estimação. Comemora aquela descoberta que mesmo já sabendo deixa você descobrir de novo e fica feliz. Sorri com a alma não com aparências. O Coração de fato fica feliz.

Enfim, de diversas histórias, hoje te entendo. Pra encerrar um primeiro capítulo sobre histórias contínuas onde deveria haver finais e não há. Pontas soltas que te enroscam sem você perceber.

Talvez, agora venha outros capítulos . Continuidade de vida. Vida sem medo, de solidão ou de não dar certo. O certo é o hoje, vivido a cada dia.